Com a entrada em vigor da Reforma Tributária aprovada pela Emenda Constitucional nº 132/2023, o sistema fiscal brasileiro passa por uma das transformações mais significativas das últimas décadas
Empresas precisam se adaptar ao novo sistema de impostos para evitar prejuízos
Quatro modalidades de negociação de débitos estão disponíveis para diferentes perfis de devedores
Entendimento favorável aos contribuintes representa uma pacificação do posicionamento das turmas de Direito Público do STJ

Split Payment: Como Esse Novo Sistema Afeta o Fluxo de Caixa das Empresas Brasileiras

O que é o Split Payment?

Split Payment é uma nova abordagem de recolhimento de tributos que será implementada no Brasil por meio da Reforma Tributária (PLP 68/2024). Nesse modelo, a empresa que realiza uma operação comercial recolhe o imposto diretamente no momento da transação, em vez de pagá-lo posteriormente em uma data específica.

A lógica é simples: o valor do imposto é separado e transferido automaticamente para os cofres públicos no ato da transação, evitando riscos de inadimplência e melhorando a eficiência da arrecadação fiscal.

Como Funciona o Split Payment?

No Split Payment:

  1. O valor da transação é dividido entre o valor líquido a ser recebido pela empresa e o valor correspondente ao imposto (IBS ou CBS).
  2. A parte do imposto é recolhida diretamente para o fisco, sem que o montante passe pelo caixa da empresa.
  3. Isso significa que a empresa não precisa mais recolher o tributo no fim do período de apuração, mas também não pode usar esses valores temporariamente em seu caixa.

Impactos no Fluxo de Caixa das Empresas

  1. Redução da Flexibilidade Financeira
  • Atualmente, muitas empresas usam os valores dos tributos a pagar como um recurso temporário no fluxo de caixaaté a data do vencimento. O Split Payment elimina essa prática, uma vez que o imposto é recolhido no momento da transação.
  • Para empresas com margens apertadas, essa mudança pode afetar o capital de giro, tornando necessário um planejamento financeiro mais rigoroso.
  1. Menor Risco de Inadimplência Tributária
  • Com o imposto recolhido diretamente no momento da venda, a chance de inadimplência tributária é reduzida, evitando multas e juros por atraso. Isso traz maior segurança tanto para o governo quanto para as empresas que operam dentro da conformidade.
  1. Impacto nas Empresas que Operam com Margens Baixas
  • Empresas que dependem de alta rotatividade de caixa, como varejistas e e-commerces, sentirão maior impacto, já que não poderão utilizar o imposto retido para financiar operações de curto prazo.
  1. Necessidade de Ajustes Contábeis e Tecnológicos
  • A implementação do Split Payment exigirá mudanças nos sistemas de gestão e contabilidade das empresas, que precisarão se adaptar para lidar com a nova estrutura de fluxo financeiro e a separação automática do imposto.
  1. Impacto em Operações de Crédito e Financiamento
  • Bancos e instituições financeiras poderão ajustar suas análises de crédito com base no novo comportamento de fluxo de caixa das empresas, já que o Split Payment pode reduzir os recursos em caixa que poderiam ser usados como garantia em operações financeiras.

Exemplos Internacionais: Casos de Sucesso e Desafios

O modelo de Split Payment já é utilizado em alguns países europeus, como a Itália e a Polônia. Nesses locais, o sistema ajudou a reduzir a evasão fiscal, mas também gerou reclamações de empresas devido à perda de flexibilidade financeira. A experiência internacional mostra que, embora o modelo aumente a eficiência da arrecadação, é essencial garantir suporte e educação financeira para as empresas durante a fase de transição.

Como as Empresas Podem se Preparar?

  1. Revisão do Planejamento Financeiro
    • É essencial que as empresas revisem seus fluxos de caixa e projeções para se adaptar ao novo modelo de arrecadação.
  2. Adaptação de Sistemas Contábeis e Financeiros
    • As empresas precisarão ajustar seus sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning) para lidar com o novo formato de divisão automática dos pagamentos.
  3. Negociação com Fornecedores e Clientes
    • Ajustes nos contratos e condições de pagamento podem ser necessários para minimizar os impactos no fluxo de caixa.
  4. Educação Financeira para Gestores e Colaboradores
    • A transição para o Split Payment exigirá maior controle e rigor no gerenciamento financeiro, sendo fundamental capacitar equipes e gestores para lidar com as mudanças.

Na KBL, estamos prontos para apoiar nossos clientes nas mudanças da reforma tributária. Contamos com uma equipe de especialistas já atualizados sobre o Split Payment, uma medida inovadora que visa reduzir a evasão fiscal e aumentar a transparência na arrecadação de tributos. Sabemos que o Split Payment trará desafios para o fluxo de caixa e gestão financeira das empresas, exigindo revisões de processos e ajustes nas estratégias financeiras.

Com um planejamento adequado e soluções personalizadas, ajudamos nossos clientes a se adaptarem e a superarem esses desafios, permitindo que continuem crescendo em um ambiente de maior segurança fiscal.

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