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O cerco contra planejamentos de fachada está mais rígido e o momento exige técnica e visão para revisar regimes, incentivos e estruturas fiscais de forma segura e eficiente.
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A chegada do IBS/CBS e mecanismos como split payment vão alterar profundamente como empresas formam preços e negociam margens.
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Entenda as mudanças no Simples Nacional com a LC 214/2025 e o novo IBS/CBS

Inteligência fiscal na Reforma

Há décadas se discute a necessidade de uma Reforma Tributária no Brasil, mas foi apenas em 2019 que o tema ganhou força. As mudanças já estão aí, a partir de 1º de janeiro de 2026, começa a transição e as empresas terão que operar sob dois sistemas tributários até 2033. Mesmo após toda essa trajetória, muitos gestores ainda ignoram o que está por vir.

Resultado de pesquisa recente produzida pela NTT Data reforça esse cenário de incertezas, 58% das empresas não fizeram nada ou ainda estão apenas pensando em como implantar as mudanças. E o mais impressionante é perceber que muitos profissionais da área também estão confusos diante da camada extra de complexidade da gestão empresarial. O estudo “Sondagem OMIE do setor contábil” diz que 48% dos contadores não se sentem prontos para as mudanças.

Mas o fato é que entraremos em uma fase que exigirá mais do que experiência, será preciso investir em soluções digitais e a capacitação constante será essencial para garantir eficiência, reduzir custos e minimizar riscos durante essa complexa transição. Quem não encarar o momento com inteligência tributária, pode estar correndo sérios riscos, principalmente as empresas que estão crescendo em faturamento e participação no mercado.

Pequenos negócios até podem sentir um certo alívio inicial, com simplificação no cumprimento de obrigações e menor custo de conformidade. No entanto, conforme prosperam, estas empresas devem enfrentar um aumento considerável na carga tributária. Nesse contexto de transição e incertezas, não dá para errar. É fundamental contar com soluções tecnológicas e tributárias de alto nível.

 

De olho nas oportunidades

Um ponto importante será a tendência de ampliação da tomada de créditos fiscais. Com a chegada da não cumulatividade plena nos novos tributos IBS e CBS, praticamente todas as despesas vinculadas à atividade empresarial poderão gerar crédito, incluindo custos operacionais antes desconsiderados. Para aproveitar esse potencial, é fundamental revisar as bases tributárias atuais e reclassificar despesas, garantindo ganhos e evitando pagamentos indevidos.

Nesse cenário, o uso intensivo de tecnologia é essencial para auditar e identificar créditos fiscais não aproveitados, especialmente os de PIS e Cofins, que serão extintos e prescrevem em cinco anos. A recuperação desses valores e a adaptação de processos e sistemas para a nova lógica tributária fortalecem o fluxo de caixa e reduzem riscos fiscais. Assim, a transição deixa de ser apenas uma obrigação legal e se transforma em uma estratégia para aumentar a eficiência e a competitividade empresarial. Não há espaço para amadorismo neste novo ciclo. A diferença entre ser penalizado ou prosperar estará na qualidade do planejamento e na capacidade de adaptação.

 

Ivan Lima, diretor da Acieg, membro do Conat/Fieg e CEO da KBL Contabilidade, sócia-membro do Tax Group.

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